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domingo, 30 de maio de 2010

Conheça o Hortolândia Escola Viva



http://www.hortolandia.sp.gov.br/escolaviva
Conheça o Programa Hortolândia Escola Viva











Cadê vassourinha?

Foram apenas quarenta minutos de procura mas o suficiente para conhecermos a história de um dos mais importante sambistas da década de 30. Em um espetáculo apresentado pelo grupo Casa Caiada, de Barão Geraldo, ouvimos e sentimos as dezenove composições de Vassourinha. O evento reuniu um grupo bem interessante de espectadores. Pessoas que apreciam uma boa musica e curtem o ambiente família. Uma fogueira foi acesa para aquecer o frio que a noite soprava e comendo um bom pastel todos nós nos deliciamos com o espetáculo de 29/05.






Mas o evento começou pela manha com muito mais atrativos. Os meninos do graffiti desenharam suas artes nas paredes da caixa d'água e da fachada do CAC - Centro de Arte e Cultura. Os meninos das bikes executaram manobras radicais. e as rampas de BMX foram palco de belos saltos. A parte mais bonita de tudo isso foi ver a comunidade recebendo tudo isso acompanha de suas crianças à sombra das arvores.



quarta-feira, 26 de maio de 2010

E depois de muita luta...

Em 2006, começamos um projeto tímido e sem recurso financeiro algum, chamado Hortolândia é Cultura. Foi de arrepiar. Foi mesmo! Começamos com apresentações de grupos voluntários que já desenvolviam trabalhos na cidade. Não tínhamos como pagar. Escolhemos sete auditórios das Escolas Municipais de Ensino Fundamental onde não tínhamos poltronas, nem iluminação adequada ou sonorização. Lembro-me que os alunos vinham das salas do EJA - Educação de Jovens e Adultos, com cadeiras nas costas e se acomodavam diante do palco. O projeto sempre atendeu o EJA pois entendíamos que Educação e Cultura tinham sua missão, juntas. E foi assim que nasceu nossa primeira parceria com a Secretaria de Educação, na época, capitaneada pelo Secretário de Educação Odair Marques. As diretoras, coordenadoras e Professoras(es) se empenharam de tal forma que nós da Secretaria de Cultura ficávamos de certa forma pressionados a corresponder as expectativas. Mas como garantir que uma produção cultural fosse apresentada com o intuito de formar público sem quebrar a plasticidade do espetáculo, sem deixar que parecesse uma aula/palestra? Desenvolvemos temas e mensalmente levamos esses temas como proposta para serem debatidos com os alunos antes ou depois do espetáculo. Combinamos com os grupos que deveriam fazer uma explanação de como foi a concepção do espetáculo, como eram definidas as coreografias, que pesquisa era feita para a criação do evento, o que significava cada movimento... E assim foi, durante o ano de 2006 e 2007. Em 2008 conseguimos oferecer aos grupos uma ajuda de custo que não cobria os tais custos, sabíamos disso, mas queríamos com isso estabelecer uma nova relação com os grupos. Era o mais próximo dos profissional que podíamos chegar naquele momento. Ah, ia me esquecendo. Nesse período entre 2006 e 2007 conseguimos instalar poltronas nos auditórios e adquirir um jogo de iluminação que já dava pra ensaiar uma apresentação com mais plástica. Era mesmo um sufoco! quando resolvíamos o problema de som e iluminação, não dispúnhamos de transporte para os artistas e equipamento, quando dispúnhamos de carro e equipamento, não tínhamos no quadro de funcionários, pessoal capacitado para a instalação. Meu Deus! Éramos malucos. Em 2008, com a chegada da Paula Mesquita, o trabalho ganhou um fôlego bem legal. O fato de termos na equipe uma pedagoga facilitou bem o diálogo com as escolas e muitas das falhas foram corrigidas. Já tínhamos apresentado um projeto de reforma dos auditórios à Secretaria de Educação que incluia a instalação de iluminação, sonorização e vestimenta cênica. Mas, com as mudanças de secretários o projeto foi sendo empurrado até 2010, quando a então Secretária Rosana Nascimento assinou, enfim, contrato com a empresa que hoje está concluindo as reformas. Reformas essa que serão concluídas pela gestão da Vice Prefeita e Secretária Jacira. Ontem, tivemos a primeira apresentação de um espetáculo teatral em um palco iluminado, sonorizado e com a vestimenta que um pequeno teatro de 160 lugares merece. Eu voltei no tempo e lembrei dos alunos com as cadeiras nas costas, da iluminação improvisada e me contive com um nó atravessando a garganta. E o melhor... O espetáculo era da Cia São Genésio, que é uma Cia Profissional, que está sendo patrocinada pela Belgo através do Proac (lei estadual de incentivo) com o apoio da Secretaria de cultura de Hortolândia.
Conversando com minha chefe, Sandra Fagundes, lembramos de quantas foram as vezes que eu pensei em desistir e quantas foram as vezes que ela me disse: "Tino, tú não podes sair agora que o resultado do que lutamos para conseguir está para aparecer, acontecer!" E assim eu voltava e me enchia de energia renovada e continuava lutando, e continuo lutando, com a Sandra, com o Adilson, com o Paulo e com toda a equipe.
Você deve estar se perguntando, agora: Porque ele me conta essa história se o Blog fala do Hortolândia escola Viva? Eu respondo: Foram por lutas como essa que fomos movidos a ir à Brasília em busca de um projeto que atendesse as demandas de Cultura de Hortolândia. Foi por isso que sentamos com o Elisiário Palermo à noite em seu gabinete e discutimos o projeto que depois veia a ser discutido pelo Célio Turino e o Prefeito Ângelo Perugini e que depois de uma semana de trabalho árduo veio a se chamar HORTOLÂNDIA - ESCOLA VIVA.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Por Cultura na Educação e vice-versa.

Um sábado que poderia ser como qualquer outro. Um lugar que poderia ser como qualquer outro. E pessoas que, enfim... Não aceitavam que isso acontecesse. Maria Benites representante da ONU, Elaine Tozzi representante do Ministério da Cultura, Adriano e Marcelo representantes do Pombas Urbanas, e Jaqueline do Bola de Meia.
Um momento histórico pra Hortolândia e para o Programa Hortolândia Escola Viva. Um dia singular para as cinqüenta e seis pessoas que participaram dessa formação. Brincamos, falamos sério e juntos descobrimos os inúmeros caminhos para a educação. Caminhos que rompem os muros da escola e invadem as ruas, as casas das pessoas e que trata cada ser aprendiz de forma integral, em construção e constante transformação. Seres que devem ter respeitadas as suas identidades, sua história e sua herança cultural.
Vimos professores dar depoimentos no final que nos deixou a todos arrepiados. Professores que admitiram que aplicavam métodos de ensino que estavam ultrapassados e que não permitem à criança brincar e através da brincadeira aprender, que não respeitava o conhecimento transmitido pela oralidade, de pai para filho e de mestres para aprendizes. Método que instituiu a fileiras de cadeiras viradas para o mesmo lado, que coloca o professor diante dos alunos como "autoridades" e não como potencial fonte de compartilhamento, compartilhamento de emoções, histórias, conhecimentos bons, experiências de vida. Método que não permite à criança e ao adolescente brincar, que não responde ao aluno suas perguntas quando eles querem saber mas que impõem um ensino tirado de apostilas, ditados por quem acredita nele, não dando ao ser humano a possibilidade de interagir com a realidade, com seu meio e com as pessoas.
Foi mesmo um dia incrível. Um dia que nos permitiu sonhar com algo muito maior. Um dia que nos inspirou a lutar para que tenhamos a implantação de um novo conceito de ensino, onde a cultura, aquela que herdamos nos primeiros anos de vida e que nos dá a base, e aquela que nos é cedida generosamente por pessoas que passam por nossa vida como aconteceu nesse sábado 15 de Maio de 2010.
Fico feliz em saber que podemos contar com pessoas como a Joice Durello e sua equipe de coordenadores; a Gisvania, a Rose, a Viviane, o Pedro e a Dani, para juntos levarmos essa formação para toda a Rede Municipal de Ensino da Cidade de Hortolândia.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Cultura Popular em Hortolândia




Pessoas com um determinado dom não serão reconhecidas por ele se não o colocar em prática. Se não se dispor a compartilhar e difundir estará fadado a morrer e levá-lo para seu túmulo. Uma pessoa bem complexa, digo complexa em vez de simples porque minha amiga Maria Benites me abriu os olhos, o Mestre Chiquinho entendeu bem rápido que sua missão seria disseminar a Cultura Popular conhecia como Cia de Reis. Eu mesmo tive o prazer de experimentar umas batidas em uma de suas tentativas de formar novas Cias na Cidade e desde então venho acompanhando o seu brilhantismo na luta contra o esquecimento dessa Cultura tão rica e complexa.
Em 2008 o Mestre Chico que até então não se sentia à vontade ao ser citado com tal título, foi convidado a participar de um encontro no Cariri, sertão cearense, chamado Encontro dos Mestres do Mundo. A esse encontro que só era possível ao nosso Mestre chegar de avião, nos deparamos com uma situação bem complicada, tínhamos que providenciar que uma funcionária da Secretaria o acompanhasse pois era a primeira vez que o o Mestre Chiquinha voava. depois de voltar do encontro, o brilho dos seus olhos revelava o fascínio pela sua descoberta: Muitos eram os Mestres que como ele não se aceitavam como tal pelo fato de não terem um título acadêmico que desse esse reconhecimento. Ele se deu conta que o verdadeiros conhecedores eram Mestres pelo reconhecimento da formação que a vida lhes dera. Eram Mestres com conhecimento de método de ensino que é usado a milhares de ano; o método de transmitir informação pela oralidade. Ali estavam os professores que não careciam de quatro paredes e fileiras de cadeiras viradas todas para o mesmo ponto para compartilhar o que a vida lhes ensinara.
Mestre Chiquinho hoje, se reconhece como Mestre e gosta de assim ser chamado, porque Mestre Chiquinho vem formando futuros mestres com a Nova Cia de Reis que já existe na Cidade, com a Nova Orquestra de Violeiros que já existe na Cidade e com o Novo Grupo de Catira que já existe em Hortolândia.
Essa é a história construída em mais um dos nossos Pontos de Cultura. E assim vamos formando nossa rede de disseminação do conhecimento.

Ponto de Cultura

Um ótimo exemplo do que é um ponto de cultura pode ser dado contando a história do Projeto Caminhos. Criado pela Mãe Eleonora o projeto tem como finalidade principal difundir a Cultura Afro-brasileira rompendo uma barreira histórica que há muito vinha impedindo que os trabalhos e a Cultura de terreiro ultrapassassem os muros e ganhasse as ruas, desenvolvendo assim, uma relação com as diferenças acentuadas. A estratégia foi estabelecida em 2006 quando em visita ao então Departamento de Cultura, a Mãe Eleonora, cheia de energia, apontava as falhas do Poder Público que não reconhecia Matriz Africana e suas Culturas como Política Público. Na ocasião discutimos que a saída seria apresentar às pessoas o lado da Cultura que o público estava preparado para receber e só depois de conhecer a dança, os movimentos, as vestimentas, a música, a origem e os instrumentos que davam o ritmo de toda essa cultura as pessoas respeitariam qualquer movimento afirmativo relativo a causa do negro. Com o apoio da então Diretora de Cultura Sandra Fagundes, começamos a trabalhar com uma frase bastante comum, mas que para aquele momento era o combustível que a estratégia precisava: "Ninguém ama aquilo que não conhece!". E assim teve início uma batalha. Foram muitos os enfrentamentos através do projeto de formação de público ao qual demos o nome de Hortolândia é Cultura e no qual presenciamos pessoas virando as costas para as apresentações e se retirando do local. Vimos o grupo ser recusado por alguns outros espaços... Mas deu-se início a uma conquista que colocou Hortolândia no circuito das cidades que tinha um movimento consistente e real de luta contra a intolerância e o preconceito.
Hoje o Projeto Caminhos tem o grupo Oju Oba, conhecido em toda a RMC e reconhecido pelo MinC, a grife Criolê e o Miss Beleza Negra que acontece em um evento de iniciativa do Projeto; o Grito Cultural.

Assim, vimos um Ponto de Cultura ser construído e reconhecido pelo Governo Federal.

Contei tudo isso porque o Programa Hortolândia Escola Viva é constituído por Pontos de Cultura e porque os mais de trinta pontos parceiros desse programa estão escrevendo sua história nas páginas do livro da vida de Hortolândia.


sexta-feira, 14 de maio de 2010

Em Costrução

Estou em construção. Pretendo aqui, registrar cada passo dessa construção e compartilhar com quem se interessar. Não usarei esse espaço para dizer quem sou ou o que pretendo ser, mas divulgar cada passo de um sonho que vem se tornando realidade em Hortolândia. Um sonho que se realiza pelas mãos de um grupo de pessoas que de fato se importam com o próximo e com o futuro dos nossos filhos, netos, bisnetos... Falo da construção de um caminho que formará o cidadão de amanhã visto de forma integral, ciente de seus direitos e deveres, mas sobretudo, um cidadão que tem consciência da importância de sua intervenção no meio em que vive, de como pode transformar a sua realidade e a realidade de seu próximo, utilizando ferramentas há muito conhecidas mas pouco utilizadas em nossos dias. O Bom dia no caminho para a escola, o respeito a sabedoria popular e a consciência de que educação não se limita à sala de aula. De que podemos aprender brincando e brincando entender o lado complexo do se relacionar, do conviver e respeitar as diferenças.
Sei que esse texto parece utópico, mas estou falando de algo que está começando a se construir em Hortolândia.
Você é meu convidado a acompanhar os relatos dessa construção.